Já faziam quase dois meses que eu não cobria nenhum jogo fora do Distrito Federal, e já estava em tempo de respirar outros ares. A perda do mando de campo pelo Brasiliense, e conseqüente marcação de seu jogo contra o Bragantino para o Serra Dourada, foi o pretexto perfeito para eu pegar a BR-060 e fazer uma visita à capital goiana. Para completar, a noite ainda ofereceria uma rodada dupla, pois, mais tarde, o Vila Nova, que faz excelente campanha, enfrentaria o Paraná. Ambas as partidas pela Série B do Brasileirão.
Aqui cabe um registro: foi a primeira rodada dupla da minha vida. É bem verdade que já havia ido a jogos em que havia uma preliminar, inclusive profissional. No entanto, geralmente eu ia ao estádio sem saber da preliminar, e muitas vezes nem dava atenção à partida. Dessa forma, mesmo tendo estado no estádio por uma parte da preliminar, para fins de registro não contei tais partidas. Na última terça, porém, segui os dois jogos, e, portanto, essa foi oficialmente, minha primeira rodada dupla, com dois jogos consecutivos, no mesmo dia e no mesmo estádio.
Cheguei a Goiânia por volta das 16:30. Ainda tive tempo de deixar minha pequena bagagem no Hotel Xantara, onde me hospedei, e de lá fui diretamente para o Serra Dourada
A primeira coisa que fiz ao chegar foi me dirigir à entrada das arquibancadas sul. Em julho passado, quando fui lá ver Goiás x Palmeiras, vi um curioso erro de identificação no local: a tradução de "sul" no texto em inglês estava como "north", e em espanhol "norte". Verifiquei que tal erro foi corrigido, embora permaneça um pequeno equívoco, pois "sul" em espanhol está escrito como "sul", quando a forma correta é "sur".
Entrada da arquibancada sul em julho passado...
...e agora, corrigida, apesar de a forma em espanhol estar errada (o correto é "sur")
No entanto, uma nova pérola se exibia aos torcedores que freqüentavam o estádio, na forma de uma faixa estendida sobre as bilheterias das cadeiras, conforme foto abaixo.
A nova pérola do Serra Dourada
Entrei no estádio 20 minutos antes do primeiro jogo, quando a entrada das cadeiras foi liberada. O público ainda era pequeno, e a maior parte dos torcedores chegaria somente para o segundo jogo. Finalmente instalado, aguardei o início da partida.
Jogo 1: Brasiliense x Bragantino
O Brasiliense começou o jogo atacando, mostrando que realmente tinha como meta se recuperar na competição. Logo aos seis minutos de jogo, o zagueiro Gustavo, do Bragantino, derrubou Jóbson na área. A arbitragem marcou o pênalti e o próprio Jóbson se encarregou de cobrá-lo e colocar o Jacaré em vantagem.
Bragantino no ataque. Time paulista tentava, mas o Brasiliense se defendia bem.
A partir daí, o jogo ficou burocrático. Os dois times chegavam esporadicamente ao ataque, e os dois goleiros pouco trabalho tiveram. O Bragantino precisava do gol, mas não tinha eficiência no ataque. Dessa forma, o primeiro tempo acabou mesmo com a vantagem do Jacaré, por 1 a 0.
Ainda no primeiro tempo, Bragantino tem falta: pouca objetividade.
No intervalo, conversei com alguns vilanovenses que já haviam chegado ao estádio. Foi uma grande chance de falar sobre os rumos do futebol candango, e ouvir deles informações sobre o Vila Nova, informações tão sonegadas pela grande mídia, que foca sempre nos "grandes" clubes.
Mais um flash do primeiro tempo
As emoções estavam reservadas para o segundo tempo. E logo aos três minutos o Bragantino chegou ao empate. Após falha da defesa do Jacaré, Éder recebeu na área, e, após deixar para trás o zagueiro do time, ficou livre para marcar. Tudo igual no marcador.
Imagem panorâmica do jogo
O Brasiliense não se abalou após sofrer o empate. O Bragantino, por sua vez, acreditou que poderia irar, e foi para o ataque. O jogo ficou bom, e muita coisa ainda estava por acontecer.
Flash do segundo tempo. E a torcida do Vila vai chegando.
E o Jacaré não ficou por muito tempo em desvantagem. Aos 13 minutos do segundo tempo, Jóbson fez uma boa jogada, e fez assistência para Marcinho. O ex-jogador do Volta Redonda só teve o trabalho de tocar no canto e sair para o abraço. Brasiliense 2x1.
Enquanto isso, o estádio, aos poucos, ia enchendo. A torcida do Vila, empolgada com a boa campanha do time, ia chegando em bom número. E, dentro de campo, o Bragantino tinha que correr novamente atrás do empate, mas não encontrava forças.
Mais um flash do segundo tempo
E o Brasiliense ainda achou tempo para marcar mais um. Já nos acréscimos, o time teve falta a seu favor, pela lateral, próximo à área. Marcinho cobrou a falta, e o goleiro Gilvan falhou, espalmando a bola para dentro. Alguns minutos de acréscimo, e o juiz pitou. Final: Brasiliense 3x1 Bragantino.
Jogo 2: Vila Nova x Paraná
Chegada a hora do jogo principal, o estádio já estava cheio. Mais de 16 mil pessoas compareceram, e fizeram uma bela festa. Cantaram o tempo todo, e incentivaram o Tigre.
Antes de mais nada, uma palavrinha sobre esse jogo. Este blog prioriza a cobertura dos chamados jogos "alternativos", aqueles que ficam longe dos holofotes. Quais são os elementos que caracterizam esses jogos? Público escasso ou pouco interessado (como nas preliminares), ausência de estrelas, pouca divulgação... e, nesse jogo, nenhum desses elementos esteve presente. A divulgação, pelo menos pela imprensa goiana, foi boa, e o público lotou o Serra Dourada. Quanto às estrelas, ninguém menos que Túlio desfila seus gols pelo Tigre goiano. Dessa forma, talvez esse jogo nem devesse estar aqui.
Mesmo assim, resolvi colocá-lo, por alguns motivos. O primeiro é ampliar um pouco a divulgação da Série B "não corinthiana", já que nos grandes meios de comunicação o Corinthians tem um destaque muito maior que os outros times. Outro motivo é "nacionalizar" um pouco a abangência do blog, já que, até aqui, a grande maioria dos jogos aqui cobertos se restringe ao esporte de Brasília. E, finalmente, resolvi falar do jogo porque foi um jogo espetacular. Dessa forma, aqui estamos.
Torcida do Vila Nova, presente em bom número.
O primeiro tempo foi espetacular. As duas equipes procuraram insistentemente o gol, e criavam excelentes oportunidades. O jogador Wando criou excelentes jogadas para o time da casa, e se destacou na etapa. O Paraná apelou para as faltas para detê-lo, e ele acabou saindo de maca. Aos 41 minutos, foi substituído.
Flash do primeiro tempo
No final do primeiro tempo, Alex Oliveira recebeu passe de Túlio e carimbou a trave paranista. Foi a melhor oportunidade do jogo no primeiro tempo, e as equipes foram para o intervalo mesmo com o placar em 0 a 0, apesar das boas oportunidades criadas.
Panorâmica do jogo
No segundo tempo o nível do jogo caiu um pouco. Mesmo assim, as duas equipes criavam oportunidades. O Vila perdeu grandes chances, e a torcida começou a ficar impaciente.
E, como no futebol quem não faz leva, foi o Paraná quem chegou ao gol. Aos 30 minutos, Pimpão, que entrara pouco antes, recebeu passe açucarado, livre de marcação. Só teve o trabalho de avançar e marcar o primeiro gol do jogo. Paraná 1 a 0.
Mais um flash do segundo tempo: jogador do Vila caído.
O Tigre ainda teve a chance do empate, numa cobrança de pênalti pouco depois do gol paranista. Mas não era a noite dos goianos: Túlio desperdiçou a penalidade, defendida pelo goleiro Mauro. E o próprio Pimpão marcou o segundo: ao receber lançamento, driblou o goleiro Max e fechou o placar. Daí em diante o Vila desanimou, e o Paraná só administrou. Final Vila Nova 0x2 Paraná.
Mais um flash do segundo tempo. Bandeira do Brasiliense ao fundo: torcidas amigas.
Era hora de voltar para o hotel, pois no dia seguinte eu acordaria cedo para fazer o caminho de volta. De toda forma, a viagem valeu muito a pena: vi dois bons jogos.
2 comentários:
Rapaz, descobri que escrevíamos juntos para o FutBrasil na mesma época! Que coincidência...
Huahuahuahua, o mundo é pequeno mesmo!!! Grande abraço
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