O Come-Fogo, clássico entre as duas equipes de Ribeirão Preto, o Comercial e o Botafogo, é um dos maiores clássicos do interior paulista. No entanto, desde o distante 20 de julho de 1986 que as duas equipes não se enfrentavam pela principal divisão do Estado - na ocasião, as duas equipes empataram sem gols, no estádio Palma Travassos. Depois disso, as duas equipes se enfrentaram 34 vezes, mas sempre por divisões inferiores ou por outras competições. Assim, era grande a expectativa para ver o clássico de Ribeirão Preto pela elite paulista. E eu, mesmo estando a quilômetros de distância, também entrei nessa expectativa, e, assim que soube que a equipe alvinegra havia conquistado o acesso, comecei a planejar esta cobertura. As coisas foram se encaixando, e a partida foi marcada para um sábado, o que me deixava mais tranquilo para ir a Ribeirão na sexta-feira e voltar no domingo, sem precisar correr.
Quanto à minha lista de clubes vistos in loco, o Comercial entrou como o 168º integrante dessa lista. O Botafogo não era uma novidade: eu já o havia visto por duas vezes aqui na Capital Federal. Em 1998, em um Bezerrão abarrotado, empate de 1 a 1 com o Gama que, uma semana depois, culminaria com o acesso de ambos à Série A do Brasileiro. Três anos depois, em um Mané Garrincha vazio, as duas equipes se despediram do Brasileiro daquele ano de forma melancólica. O alviverde candango, que àquela altura já estava livre do descenso mas não tinha nenhuma outra motivação na competição, venceu por 5 a 0 o já rebaixado Botafogo.
Voltando ao clássico do último sábado, saí do hotel com boa antecedência e consegui chegar ao Santa Cruz, que fica bem perto, antes do início da partida. Aí foi só esperar a bola rolar.
O jogo começou equilibrado, com as duas equipes se estudando. Poucas chances eram criadas. Mas o Botafogo acabou se dando melhor. Aos 14 minutos, Alex arriscou de longe e fez 1 a 0 para a Pantera.
O gol tornou o jogo mais aberto, e as duas equipes passaram a criar boas chances de gol, arrancando gritos das torcidas. A melhor delas foi aos 24 minutos, quando Elionar Bombinha carimbou a trave, quase empatando para o Comercial.
O lance animou o Leão, que passou a criar as melhores chances. Mas o empate só saiu aos 39 minutos, quando o próprio Elionar Bombinha, de cabeça, marcou, e incendiou a torcida comercialina.
O Botafogo, após sofrer o empate, ainda teve chances de passar novamente à frente. Mas as duas equipes foram mesmo para o intervalo empatadas em um gol.
A segunda etapa começou quente, com as duas equipes perdendo boas chances. Mas o ímpeto inicial das equipes durou pouco, e logo o jogo esfriou. Ficou aquela impressão de que mais nada aconteceria no jogo. Mas ainda havia muita coisa para acontecer.
O Botafogo teve uma chance de ouro aos 26 minutos. A arbitragem marcou pênalti numa jogada fora da bola. Mas Alex, goleiro comercialino, defendeu a cobrança de Paulinho.
Nessas horas, o castigo sempre vem. E, aos 34 minutos, o Comercial virou. Após um contra-ataque, novamente Elionar Bombinha marcou e virou para o Comercial. 2 a 1. Com o gol, os minutos finais foram eletrizantes, com as duas equipes, especialmente o Botafogo, perdendo chances. Mas o jogo terminou mesmo com a vitória comercialina, por 2 a 1.
O Comercial comemorou a vitória no clássico, mas, na classificação, agora as duas equipes estão com os mesmos três pontos. A equipe alvinegra tem um saldo melhor, e ocupa o 13º lugar, enquanto a Pantera está em 15º. Apesar do mau começo, as duas equipes ainda têm tempo para se recuperar. Pena que a primeira fase do campeonato é em turno único, e um novo Come-Fogo na elite em 2012 só acontecerá se as duas equipes se classificarem e se cruzarem em algum momento. Ver um clássico desses é sempre um espetáculo, e espero que as duas equipes ainda se enfrentem muitas vezes na elite paulista.
Em tempo: fica aqui o registro e a recomendação de visita ao excelente site ComeFogoNet, que conta simplesmente tudo sobre a história do clássico, e foi uma valiosa fonte para que eu pudesse escrever esta matéria. Agradecimentos também ao Arco Hotel Express Ribeirão Preto, que me hospedou e me recebeu tão bem enquanto estive na cidade.
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