Acompanhando as matérias do excelente blog Jogos Perdidos, sempre notei neles um especial interesse do pessoal do blog pelos jogos "perdidos" que são jogados em um campo neutro. E eu entendo esse interesse. A característica de jogo "perdido" fica ainda mais acentuada nesses jogos em que a pequena mas fiel torcida dos times envolvidos tem que se deslocar para ver seu time em ação. O estádio vazio é uma consequência disso, e é nesse vazio que eles chegam para ocupar o espaço, para tentar levar para quem não pôde viajar - e a qualquer visitante do blog - um retrato do que aconteceu. E foi isso que aconteceu no último domingo, quando, no estádio Aníbal Batista de Toledo, em Aparecida de Goiânia, cidade vizinha à linda capital goiana, se enfrentaram Goianésia e Rio Verde, ambos times homônimos às suas cidades-sede, a primeira localizada a 210 quilômetros, e a segunda a 240 quilômetros da cidade onde seria realizada a partida. A alteração se deveu à perda de mando de campo por parte do Goianésia. E, para completar o cenário, as duas equipes brigam contra o rebaixamento - o Rio Verde, embora esteja em desvantagem nessa luta, melhorou muito no segundo turno do campeonato. Assim, a partida prometia, embora muito provavelmente poucos a veriam in loco. Eu, porém, fiz questão de estar entre esses "poucos", tanto para curtir um bom jogo quanto para incluir o Goianésia na minha lista pessoal, como o 171º time visto ao vivo. Assim, após algumas horas de estrada, cheguei ao local da partida. E aqui conto o que aconteceu.
Jogadores do Rio Verde psam para a fotografia. O Goianésia, novidade na minha lista, não posou.
A primeira surpresa que tive foi quanto ao público. O estádio não esteve exatamente cheio. Mas foi difícil encontrar um bom lugar nas arquibancadas cobertas do estádio. Muitos torcedores, inclusive vestindo a camisa dos dois clubes, marcaram presença. Pouca gente, mas muito mais do que o deserto total que eu esperava em um jogo a mais de 200 quilômetros de ambas as sedes. Assim, me acomodei nas arquibancadas cobertas no melhor lugar que achei e fiquei esperando o início do jogo.
O jogo começou morno. O Goianésia era ligeiramente superior, mas desperdiçava as poucas chances que tinha. Depois dos 15 minutos, o time "visitante" inverteu a situação, e passou a atacar mais. Mas não durou muito o domínio do Rio Verde, e após os 20 minutos o jogo ficou mais equilibrado, com algumas boas chances para ambos os lados.
Rio Verde tem a bola, um pouco atrás da linha de meio de campo.
Mas, apesar de toda a disposição das duas equipes e das chances criadas, o jogo foi fraco na primeira etapa, e sofreu com um grande número de paralisações, seja para atendimento médico, seja para simples marcações de faltas. Assim, Goianésia e Rio Verde foram mesmo para os vestiários sem tirar o zero do placar.
Escaneio para o Goianésia.
Enquanto esperava um segundo tempo melhor, deixei a parte coberta do estádio e fui para as arquibancadas do lado oposto às tribunas. Quando a bola rolou, o Goianésia chegou duas vezes com perigo, assustando a torcida rioverdense.
Ataque perigoso do Rio Verde.
Mas a tônica de todo o segundo tempo foi essa: muita disposição dos dois times, mas pouca qualidade e pouca pontaria. Houve muitas chances de gols para ambos os lados. Mas não foi mesmo o dia dos atacantes, que não estavam com boa precisão nos chutes. E o jogo terminou mesmo sem que as redes balançassem. Final. Goianésia 0x0 Rio Verde.
Rio Verde parte de seu campo de defesa.
O placar em branco, único da rodada, destoou do que vem sendo este Campeonato Goiano, marcado pela excelente média de 3,07 gols por partida. Curiosamente, esse foi o quarto 0 a 0 do campeonato, e em dois deles eu estive presente. Dessa vez, o placar ilustrou o que foi a partida: muita disposição, mas pouca qualidade. O Rio Verde segue na zona de rebaixamento, com 12 pontos, três a menos que seu adversário de hoje, que, por enquanto, está escapando. Mas ambos vão ter que jogar mais do que jogaram hoje se almejam a permanência na elite.
Fim de jogo, e a estrada de volta a Brasília me esperava. A semana estava para começar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário