Jogo: Brasília 0x0 Taguatinga (30/04/1995)
Nessa seção vou relembrar jogos do passado em que eu estive, mas que não pude registrar aqui porque ainda não existia o blog. Não seguirei necessariamente uma ordem, postarei algo quando lembrar de um jogo que mereça ser citado. Poderá ser um jogo "alternativo" ou um clássico num estádio lotado, embora os jogos mais afastados dos holofotes devam ter prioridade.
E vou começar com o primeiro jogo que vi no estádio Mané Garrincha. Esse estádio, na verdade, está na minha vida desde muito antes de eu ir morar em Brasília, antes até de eu conhecer a cidade. Foi na noite de 26 de março de 1991 que eu, então com 13 anos, tive o primeiro contato com o estádio. Ao chegar em casa com minha mãe, vi meu pai assistindo a um jogo na TV, e, como de costume, perguntei quem estava jogando.
- Flamengo e Bella Vista do Uruguai
- Ah, é no Rio?
- Não, em Brasília. No Estádio Mané Garrincha.
Com efeito o Maracanã estava interditado devido aos estragos causados durante o Rock in Rio, e o Flamengo tinha que jogar em outro lugar. Naquele dia o principal estádio do DF ficou marcado, e sempre que eu ouvia falar da capital federal eu lembrava do estádio (coisas de quem gosta de futebol). Mal sabia eu que em alguns anos eu deixaria São Paulo para morar em Brasília, e que exatos 1.496 dias depois eu iria ver um jogo naquele estádio.
E finalmente chegamos ao jogo em si. Na véspera da partida, um sábado, eu havia tido a última prova de uma semana de provas do colégio. Após chegar em casa, vi a notícia no Globo Esporte: Brasília e Taguatinga se enfrentariam no dia seguinte, no Mané Garrincha. Eu teria chance de conhecer o estádio, bem como o campeonato local. E assim fiz.
Chegando lá, fiz um tour de reconhecimento, e cheguei a entrar no campo para ver como era. Com o início da partida, me instalei nas arquibancada para ver melhor. O jogo em si foi meio morno, com poucas chances de gols, e um 0 a 0 que não saiu do placar em momento algum. O que me chamou a atenção foi a presença de uma pequena torcida organizada do Taguatinga, que ficou do lado oposto, próximo à entrada principal. Ao contrário da maioria das organizadas, que em geral entoa verdadeiros cantos de guerra, a torcida do clube azul cantava músicas como a "canja de galinha" ou o "passou um avião". Nos tempos modernos é um fato marcante ver a torcida cantar músicas do passado, ou até das gincanas colegiais.
Encerrada a partida, peguei o ônibus e voltei para casa. O estádio daquele famoso jogo de 1991 já contara com a minha presença, e não era mais um ilustre desconhecido para mim.
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