Acordar num domingo às 9 da madrugada é uma coisa que você só faz se tiver um excelente motivo. E um grande jogo de futebol evidentemente pode ser considerado um motivo que justifique tal loucura. Especialmente se o jogo for no simpático Estádio do Cruzeiro, certamente o mais "acolhedor" de todo o Distrito Federal. É o estádio onde o jogo é mais "real", onde parece que a distância sempre existente entre as arquibancadas e o campo de jogo se reduz. Quando não ocorrem jogos lá, os portões das arquibancadas são abertos, e o local vira passagem de pedestres. E muitos desses pedestres sequer sabem que naquele local ocorrem, sim, jogos de futebol profissional. Tão "futebol profissional" quanto uma final de Copa do Mundo, por exemplo. E foi lá que no último domingo se enfrentaram Cruzeiro e Samambaia.
Fotos do estádio do Cruzeiro. O estádio não tem nem nome oficial, eu me refiro a ele simplesmente como "Estádio do Cruzeiro", ou "Aruc Arena"
Aqui cabe um esclarecimento: apesar de o time do Cruzeiro ter esse nume e usar uniformes azuis, ele não tem qualquer relação com o xará famoso de Belo Horizone, e o nome não é uma imitação. O nome é devido ao fato de o time estar sediado na cidade-satélite do Cruzeiro. O Samambaia, representante da cidade-satélite homônima, é controlado pelo presidente do Brasiliense, Luiz Estevão, e sua equipe é formada pelos juniores do Jacaré. Inclusive, dois jogadores que atuaram contra o Cruzeiro foram promovidos à equipe principal do Brasiliense após a partida: o zagueiro Liel e o atacante Tonhão.
Samambaia no aquecimento
Cruzeiro no aquecimento
Antes do jogo começar, fui para perto da entrada dos vestiários para esperar a entrada em campo das duas equipes, e fotografá-las.
Árbitro da partida conversa com gandulas, antes do início.
Samambaia entra em campo
Cruzeiro entra em campo
O jogo começou num ritmo acelerado. As duas equipes iam ao ataque e criavam algumas chances, mas pecavam nas finalizações. A melhor oportunidade da etapa foi do cruzeirense Oberdan, que aos 10 minutos mandou uma bola no travessão.
Flash do primeiro tempo
Até os 35 minutos do segundo tempo o jogo seguiu nessa toada. Foi nesse momento que os ânimos se acirraram: o jogador Rafinha, do Samambaia, fez falta dura em Cláudio, do Cruzeiro, e acabou expulso. A expulsão gerou protestos dos jogadores, e por pouco não ocorreram brigas. O curioso é que Cláudio, após discutir com Rafinha, também levou o cartão vermelho. Mais confusão, mais discussão e mais tempo de bola parada. E as duas equipes ficaram com dez jogadores.
Protestos dos jogadores do Samambaia após expulsão de Rafinha.
A partir daí o jogo ficou morno, e nada de interessante aconteceu até o apito final do primeiro tempo. O placar continuava em branco.
Flash do primeiro tempo
O segundo tempo começou do mesmo jeito que o primeiro terminou. O gol anulado de Dida, do Cruzeiro, aos dois minutos da segunda etapa, passou a impressão de que o placar terminaria em branco mesmo. Poucas oportunidades eram criadas, e eram desperdiçadas, havendo, porém, uma ligeira superioridade do Cruzeiro na partida. Até que, aos 21 minutos, a equipe da casa teve um pênalti a seu favor, e abriu a contagem, em boa cobrança de Jocelmo.
Reclamações dos jogadores do Samambaia. Não adiantou, o pênalti estava marcado.
Você, amigo internauta, que se deu ao trabalho de acessar este humilde blog, chegou agora o momento da sua recompensa. Eis o vídeo da cobrança da penalidade, exclusivamente no Campo de Terra.
O gol mudou completamente o panorama da partida. Em desvantagem no placar, o Samambaia foi ao ataque, e criou várias oportunidades. Mas a bola insistia em não entrar, para desespero dos jogadores e dos dirigentes do Brasiliense que foram ver a partida.
Disputa de bola no segundo tempo.
Durante o segundo tempo, os portões do estádio foram abertos. Com isso, passaram a circular pelo local pessoas que nada tinham a ver com a partida. Uma interessante mudança de cenário.
E quando tudo indicava que o Cruzeiro levaria mesmo os três pontos, o Samambaia chegou a igualdade: o atacante Tonhão apenas tocou na saída do goleiro e balançou as redes.
Samambaia comemora gol de empate.
As duas equipes ainda tentaram tirar a igualdade do marcador nos acréscimos. Mas já era tarde. Final: Cruzeiro 1x1 Samambaia. E a minha conta de gols vistos no estádio chegava na marca de 997 tentos. Faltavam apenas três para o sonhado gol mil. E à tarde tinha o jogo do Brasília. Então fui para casa correndo, para almoçar e seguir para o Abadião.
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