Jogo dos desesperados no Mané Garrincha. Gama e Marília, ambos assíduos freqüentadores da zona de rebaixamento da Segundona deste ano, mediriam forças. Precisando da torcida que desprezara por toda a competição, a diretoria gamense reduziu o preço dos ingressos para 1 real nas arquibancadas descobertas. O público foi melhor que de costume (ainda não foram divulgados os números oficiais), mas ainda havia clarões nas arquibancadas do estádio. Arquibancadas cobertas e cadeiras, vendidas a preço normal, eram verdadeiros desertos humanos.
Para mim, mais uma marca atingida. O jogo de hoje foi o centésimo jogo pela Segundona que eu vi no estádio. Claro que eu preferiria que os times candangos disputassem com mais freqüência a Série A e eu não precisasse assistir a tantos jogos da Série B. Mas a marca está atingida.
Marília se aquece.
Gama se aquece.
Em janeiro, Legião e Esportivo Guará se enfrentaram no estádio. Passados oito meses, o lixo ainda não foi totalmente limpo.
Desde que chegou ao estádio, a torcida do Gama fez sua parte. Cantou o tempo todo, apoiando o time, cobrando quando necessário, mas dirigindo pesadas (e merecidas) críticas à diretoria. Com as duas equipes em má situação, a expectativa era de um jogo tenso.
Faixa com auto-homenagem do homem-forte do Gama, Wagner Marques. Evidentemente, a manifestação foi recebida com vaias pela torcida.
O jogo começou morno, com as duas equipes timidamente tentando fazer alguma coisa. Alguns ataques ocorreram nos primeiros 10 minutos de jogo, mas sem grande perigo.
Flash dos primeiros minutos.
Mas quem abriu a contagem foi o Marília. Numa falha clamorosa do zagueiro gamense Rancharia, Felipe Adão roubou a bola dele. Ele e Ricardinho ficaram na cara do gol. Aí foi só Felipe rolar a bola para seu companheiro, que só tocou para as redes. Marília 1 a 0.
Marília comemora gol: falha da defesa do Gama.
Após sofrer o gol, o Gama jogou dez minutos de bom futebol. O goleiro Alencar, que teve passagem pelo alviverde candango, fez duas grandes defesas, impedindo o Gama de chegar ao empate.
Gama tem escanteio: dez minutos de bom futebol
Mas ficou nisso. O Gama puxou o freio de mão, e a situação ficou ainda mais difícil aos 24 minutos: Aélson deu um carrinho por trás, e foi convidado a ir para o chuveiro mais cedo. Se com onze o Gama encontrava dificuldades, com dez uma reação parecia impossível.
Aélson, expulso, deixa o campo.
O jogo ficou morno. O Gama parecia perdido em campo, e o Marília também não encontrava forças para tentar aumentar o placar. Daí até o final do primeiro tempo, pouca coisa aconteceu. A torcida foi ficando revoltada, e protestava insistentemente.
Flash do primeiro tempo: disputa de bola no ataque do Gama.
Mais um flash do primeiro tempo.
Torcida protesta durante saída dos times de campo, após o final do primeiro tempo.
No segundo tempo, o técnico resolveu colocar o atacante Maia, um dos poucos poupados pela torcida nos protestos do intervalo. O time trocou também de uniforme: voltou de branco para a segunda etapa.
Com atacante novo e uniforme novo, o Gama voltou de cara nova para o segundo tempo. Apenas dois minutos após o início da etapa final, Rancharia se redimiu de seu erro: cabeceou após cobrança de escanteio e reestabeleceu a igualdade no marcador: 1 a 1. Três minutos depois, Maia mostrou por que a torcida o aplaudia: numa bela jogada, tocou para Bebeto virar o jogo. Em apenas cinco minutos, o Gama passava na frente.
Maia, que fez a jogada do segundo gol, comemora com a torcida.
Mesmo em vantagem, o Gama não recuou. Continuou atacando, e teve boas oportunidades. A situação do Gama melhorou quando Leandro Amaro, do Marília, fez falta em Maia. Como já tinha o cartão amarelo, ele também foi expulso, e as duas equipes ficaram com dez jogadores.
Disputa de bola no ataque do Marília
Tentativa de cruzamento do Marília
Leandro Amaro, do Marília, recebe o cartão vermelho.
A partir daí, os dois times tiveram apenas chances esporádicas. O Marília buscava o empate e o Gama queria consolidar a vitória.
Mais uma tentativa do Marília
Mas ficou nisso mesmo: Gama 2x1 Marília. Com o resultado, o Gama saiu da zona de rebaixamento, e o Marília entrou nela. Mais uma rodada chegava ao fim.
Recado: não deixei o basquete de lado. A última semana foi meio corrida, e não tive tempo de acompanhar os jogos. Mas em breve voltarei com a Taça Zezão e o Campeonato Masculino.
Um comentário:
É uma pena que reine ainda esse descaso com o Gamão do povão! Essa faixa realmente prova que a tática ainda é tampar o sol com a peneira, né?
Mas, pelo menos o Gama venceu!
Parabéns pelo ótimo trabalho jornalístico :-)
Beijos, Rê.
:-***
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