segunda-feira, 15 de julho de 2019

Minas/Icesp vence Bahia pelo Brasileiro Feminino Sub-18

Em meio a tantos pedidos de apoio ao futebol feminino, a CBF está organizando o campeonato brasileiro sub-18 da categoria, o que é uma iniciativa louvável. No entanto, a confederação nacional peca em colocar a maioria dos jogos em horários inacessíveis para a maioria dos torcedores, como as manhãs e tardes de dias de semana. Porém, uma rodada do Grupo D da competição, sediado no estádio Abadião, na Ceilândia, foi marcada para o último sábado. Pela manhã, Palmeiras e Fluminense empataram em dois gols. E à tarde, no jogo que contou com a cobertura deste humilde blog, enfrentaram-se Minas Brasília/Icesp e Bahia. As duas equipes precisavam vencer a todo custo, pois haviam perdido suas duas primeiras partidas. Ainda havia um turno inteiro por jogar, mas seria importante desde já começar a vencer. Para isso, enfrentariam o sol forte da Capital Federal.
Equipes perfiladas para a execução do Hino Nacional.
Minas Brasília Tênis Clube/Icesp Sub-18 feminino. O Bahia não posou.
O jogo, porém, começou com atraso, devido à falta de policiamento. A arbitragem autorizou o início da partida 20 minutos depois do horário previsto, quando chegou a segurança privada. Uma viatura da polícia chegou ao estádio quando eram jogados cinco minutos.
Enquanto o policiamento não chegava, equipes se aqueciam.
Com a bola rolando, a equipe minastenista teve sua primeira chance aos cinco minutos. Mileninha cruzou rasteira da esquerda, e Richelle até dominou, mas, em má posição, não conseguiu girar para finalizar. Aos 12 minutos, um lance parecido: Madu cruzou da esquerda e encontrou Mileninha, que acabou chutando fraco.
Disputa de bola na primeira etapa.
Com a bola, jogadora do Bahia recebe marcação.
O Tricolor da Boa Terra teve uma boa chance aos 16 minutos. Rafaela arriscou de fora da área, mas a bola foi em cima da goleira minastenista Myh, que segurou firme. Dois minutos depois, o Minas respondeu com Richelle, que chutou fraco de fora da área, mas a bola foi passando por todo o mundo e carimbou a trave.
Escanteio para o Minas.
O Minas pressionava em busca do primeiro gol da partida, e a maior parte das jogadas do time passava pelos pés de Mileninha. Aos 27 minutos, a camisa 10 minastenista cruzou da esquerda para Richelle, que finalizou bem, e obrigou Raiane a mandar para escanteio. Apenas um minuto depois, ela acertou mais um chute que obrigou a goleira do Bahia a uma grande defesa, com a bola batendo na trave antes de sair para escanteio. E, aos 29, mais um chute da camisa 10, mas o tiro saiu fraco, nas mãos de Raiane.
Nova disputa de bola.
O Bahia teve uma oportunidade para marcar aos 34 minutos, em um chute de Viviane que obrigou Myh a uma grande defesa. Porém, o primeiro tempo, apesar de movimentado e com boas chances de gol, terminou mesmo sem que as duas equipes conseguissem balançar as redes.
Arrancada do Bahia.
Demorou apenas cinco minutos da segunda etapa para que o Minas conseguisse a vantagem. O gol veio em cobrança de pênalti de Mileninha: Minas 1 a 0.
Em desvantagem, o Bahia foi para cima, e pressionou em busca do gol de empate. Mas eram raras as reais chances de gol do Tricolor da Boa Terra, e suas atacantes não conseguiam desbloquear o placar. Quando, aos 20 minutos, o jogo parou para as jogadoras se hidratarem, a partida estava em uma fase morna, sem que ninguém conseguisse criar chances de perigo.
Três jogadoras disputam a bola.
O Minas melhorou após a parada para hidratação, mas não pressionava como no primeiro tempo, e o Bahia também parecia não encontrar forças para reagir. Aos 36 minutos, o Tricolor da Boa Terra ainda chegou com Taciana, mas a bola passou longe.
Jogadora do Bahia com a bola.
Mesmo assim, faltava, para o Minas, o gol que poderia fechar a partida. E ele veio aos 45 minutos. Após uma falha na saída da defesa do Bahia, Letícia aproveitou para dar números finais ao jogo. Depois, foi só esperar o tempo passar. E o jogo terminou mesmo com a vitória minastenista por 2 a 0.
Jogadora do Minas com a bola: time aproveitou suas chances e venceu a partida.
Com a vitória, o Minas respira na competição, e ainda busca a classificação à próxima fase (vale lembrar que apenas os campeões dos grupos e os dois melhores segundos colocados avançam na competição). O Tricolor da Boa Terra, por sua vez, vê o sonho ficar mais distante. Faltam três rodadas para os jogos do grupo terminarem.
Encerrada a partida, voltei para casa e me preparei para um compromisso noturno.

segunda-feira, 1 de julho de 2019

Nacional bate Portuguesa e encerra tabu de 61 anos

O Campeonato Paulista de 1958 ficou marcado pela primeira das muitas taças erguidas pelo Santos de Pelé. No mesmo ano em que o Rei trouxe ao Brasil a primeira Copa do Mundo de sua história, o Peixe venceu 29 dos seus 38 jogos no Paulista daquele ano, marcando incríveis 143 gols, sagrando-se campeão com todos os méritos. No entanto, no dia 17 de julho daquele ano, uma peleja disputada no estádio Nicolau Alayon passou despercebida: o Nacional derrotou a Portuguesa por 4 a 2. Esse jogo, aparentemente um jogo qualquer, marcou o início de um tabu sem que o Nacional conseguisse vencer a Portuguesa em partidas de competição. No último sábado, quando as duas equipes voltaram a se enfrentar no mesmo Nicolau Alayon, essa vitória nacionalina estava para completar 61 anos - mais exatamente, completava 22.262 dias. Os resultados da primeira rodada mostravam que esse tabu podia cair no sábado: o Naça havia vencido o Taubaté por 1 a 0 na casa do adversário, enquanto a Lusa, mandante contra o Desportivo Brasil em Osasco, perdera por 3 a 0. Mas claro que o time do Canindé não aceitaria essa condição de azarão, e partiria para buscar a vitória.
Bom, antes de chegar ao Nicolau Alayon, tive que correr. Achei que sair do Morumbi às 13:40 seria suficiente para chegar na cancha nacionalina às 15 horas, quando seria dado o apito inicial da partida. Ledo engano. Quando cheguei à Estação da Luz, vi que ia atrasar e peguei um taxi. Mas não foi o suficiente: entre as aventuras no trânsito paulistano e a fila para comprar o ingresso, consegui entrar no estádio apenas às 15:10. Aparentemente, não perdi muita coisa nos primeiros 10 minutos de jogo - o 0 a 0 no famoso placar do Nicolau Alayon me tranquilizou um pouco.
O Nacional teve uma chance em cobrança de falta aos 14 minutos. A cobrança era de longa distância, mas Denner bateu bem, e obrigou Rafael Pascoa a uma grande defesa. Porem, seria a Portuguesa a marcar. Aos 21 minutos, Gerley recebeu cruzamento e chutou bem, abrindo a contagem para a Lusa.
Portuguesa tenta sair jogando.
O jogo seguiu sem grandes emoções. As chances de gol eram raras, e as defesas prevaleciam sobre os ataques. Mas ainda deu tempo para o Naça chegar ao empate antes do apito final da primeira etapa. Após cruzamento de Matheus Lu, Éder Paulista acertou uma bela cabeçada para marcar um golaço e empatar a partida. E o Nacional poderia ainda ter virado antes do intervalo, mas o chute de Éder Paulista encontrou o zagueiro Léo Fioravanti, que tirou em cima da linha. E o rebote ainda sobrou para Gabriel Mendes, que acertou novamente o zagueiro da Lusa. E o primeiro tempo terminou empatado em um gol para cada lado.
No intervalo, encontrei os amigos Fernando, editor do excelente blog Jogos Perdidos, Mário, e os torcedores da Lusa Gustavo e André Zorzi. E, após uma boa conversa sobre o jogo durante os 15 minutos de descanso, procuramos um lugar no setor coberto do estádio para vermos o restante da partida.
Os primeiros minutos da segunda etapa foram mornos. A primeira chance de gol veio somente aos 14 minutos, quando Caio Mendes recebeu cruzamento de Danilo Negueba e finalizou, para boa defesa de Rafael Pascoa. Dez minutos depois, a defesa lusa perdeu a bola e possibilitou que Éder Paulista recebesse lançamento e finalizasse para mais uma boa defesa de Rafael Pascoa.
Arrancada do Nacional.
O jogo seguiu com pouca coisa relevante acontecendo, e a conversa com os amigos raramente era interrompida por uma boa jogada. Os minutos finais chegaram, e a partida parecia mesmo ter seu resultado final decretado em 1 a 1. Mas foi aí que tudo resolveu acontecer. Aos 43 minutos, Rogério Maranhão colocou o Nacional na frente, e parecia enterrar de vez o tabu de 61 anos. Mas a Lusa foi buscar o empate nos acréscimos. Hudson cruzou para Luiz Thiago que, de cabeça, empatou o jogo.
Jogador do Nacional protege a bola.
Então, 2 a 2 e tabu mantido, certo? Errado! O jogo ainda não tinha acabado e, aos 49 minutos, Vinícius driblou dois adversários e chutou de esquerda, tirando do goleiro Rafael Pascoa e, aí sim, dando números finais à partida e enterrando de vez o tabu de 61 anos: Nacional 3x2 Portuguesa.
Além da quebra do tabu, o Nacional ainda comemora a liderança do Grupo 3 da Copa Paulista, que divide com o Juventus: ambas as equipes venceram seus dois jogos e somam seis pontos. A Portuguesa, que parece não ver um fim à sua crise, ainda não pontuou, e divide a lanterna com o Taubaté. Resta ver o que as demais rodadas reservam.
Fim de jogo, chamei o Uber para a casa dos meus pais, pois à noite íamos assistir ao musical Billy Elliot. E eu não queria chegar atrasado pela segunda vez no dia.