Quem acompanha o Campo de Terra há mais tempo sabe que a nossa preferência são aqueles jogos para os quais os holofotes não estão voltados. E reconheço que é difícil dizer que isso se aplica a algum jogo da Copa das Confederações, com a imprensa do mundo inteiro de olho nos estádios brasileiros e nas partidas jogadas por aqui. Mas o jogo entre Taiti e Nigéria certamente teve vários dos ingredientes das coberturas que gostamos de fazer. Afinal, desde que o Taiti venceu a Copa da Oceania, que estava nos meus planos ver um jogo da equipe - e, na verdade, desde que a Nova Caledônia surpreendeu a Nova Zelândia nas semifinais da Copa da Oceania, sabíamos que teríamos a chance única de ver ao vivo uma seleção menos conhecida da Oceania. E, do outro lado, estava a tradicional seleção nigeriana, que nos anos 90 chegou a ter boas equipes, tendo inclusive vencido as Olimpíadas em 1996. Também seria uma chance rara de ver as "Super Águias" de perto. E, como eu nunca tinha visto nenhuma das duas seleções ao vivo (desde Brasil x Equador em 1993 que eu não "matava" duas seleções nacionais em um mesmo jogo), minha lista chegou a 9 seleções - e, agora, já vi ao vivo pelo menos um clube ou seleção de cada confederação filiada à Fifa.
Mineirão pouco depois da abertura dos portões. |
Equipes perfiladas para os Hinos Nacionais. |
A Nigéria começou a pôr em prática seu favoritismo já aos cinco minutos de jogo. Em um lance confuso, em que a bola desviou no árbitro Joel Aguilar (que é de El Salvador, mas que o locutor do estádio havia anunciado como sendo da Eslováquia), Echiéjilé chutou de fora da área, e a bola foi para o fundo das redes após desviar em Vallar. Nigéria 1 a 0.
Nigéria tenta o ataque. |
A sequência do jogo, porém, não foi a moleza que muita gente esperava. O Taiti teve alguns bons contra-ataques ao longo de toda a primeira etapa, e tudo parecia indicar que, se a Nigéria ainda era favorita, o Taiti balançaria as redes pelo menos uma vez. Mas foi a Nigéria quem aumentou a vantagem. Já aos 10 minutos, Oduamadi marcou o segundo. E, aos 26, o próprio Oduamadi marcou o terceiro dos nigerianos.
Taiti com a bola. |
Apesar dos vários ataques perigosos do Taiti, a Nigéria poderia ter ido para o intervalo com uma vantagem ainda maior, se não fosse a displicência de seus jogadores. E o placar final do primeiro tempo foi mesmo de 3 a 0 para a Nigéria.
Durante o intervalo, troquei muitas ideias sobre o jogo com os amigos Fernando Martinez, do excelente blog Jogos Perdidos, e Sérgio Oliveira, do programa FATV, além de outros amigos presentes. E, no meio das conversas, veio o segundo tempo.
E justamente na segunda etapa veio o momento que todos os mais de 20 mil pagantes esperavam: aos 9 minutos, Tehau acertou uma bela cabeçada e fez o gol do Taiti. Festa dos jogadores, e da torcida no Mineirão, que, em sua maioria, apoiava a equipe da Oceania. Um clima indescritível no Mineirão.
Bola rolando no segundo tempo. |
Aos 24 minutos, a Nigéria chegou ao quarto gol, e quis o destino que o mesmo Tehau que marcou o gol de honra do Taiti chutasse contra a própria meta e marcasse o quarto gol da Nigéria. Muitos jornalistas usariam o clichê "de herói a vilão" para descrever o momento, mas, a meu ver, isso não se aplica nesse caso. Certamente o momento de glória do jogador taitiano ao marcar o gol foi muito maior, e o gol contra não apagou o brilho desse momento. De toda forma, o placar indicava 4 a 1 para a Nigéria.
Chegada da Nigéria. |
Já com a missão cumprida, o Taiti se entregou, e a Nigéria ainda balançou as redes mais duas vezes: Oduamadi marcou seu terceiro gol na partida aos 32 minutos, e Echiéjilé fechou a conta três minutos depois. Final: Taiti 1 x 6 Nigéria.
Três pontos absolutamente esperados para os nigerianos. Mas certamente o Taiti teve muitos motivos para comemorar. Além da participação na competição, sacramentada com o título continental, o time ainda incendiou o estádio com seu gol de honra. Certamente, quem esteve no Mineirão presenciou aquele que, desde já, é um dos grandes momentos dessa Copa das Confederações.
Fim de jogo, e eu aproveitei o ônibus disponibilizado aos torcedores para ir ao Minas Shopping, para jantar. Depois, a volta ao hotel e o merecido descanso.
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