segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Em jogo de cinco expulsões, Brasiliense goleia Ipatinga

Parece que o horário da tarde de segunda-feira, por alguma desconhecida razão, agradou aos dirigentes do Brasiliense. Após empatar com a Chapecoense em um horário parecido, a diretoria resolveu remarcar todos os jogos do time em casa para o mesmo horário. E justamente num fim de tarde de segunda-feira Brasiliense e Ipatinga mediram forças no Serejão. Foi o quinto confronto entre essas duas equipes que vi in loco, com duas vitórias do Jacaré e dois empates nas partidas anteriores. Dessa vez, porém, a partida era mero cumprimento de tabela, já que o Ipatinga já estava garantido na Série B, enquanto o Jacaré se despedia melancolicamente de sua torcida, já eliminado. Os visitantes ainda brigavam para chegar na final da competição, mas esse era um resultado sem efeitos práticos, já que o acesso já estava garantido. Com a combinação de horário esdrúxulo, regulamento igualmente esdrúxulo e campanha vergonhosa do Brasiliense na competição, era de se esperar um estádio deserto. E assim foi. Pouquíssimas almas se aventuraram a comparecer ao Serejão. Mas o Campo de Terra, como sempre, estava lá, para contar a todos mais uma parte da história do futebol.

Meia hora antes do jogo, esse era o retrato do Serejão: um deserto total.

Os primeiros minutos de jogo foram truncados, com faltas para ambos os lados. Porém, o Brasiliense teve sua chance e balançou as redes. Ferrugem, livre, tirou do goleiro e abriu o placar para o Jacaré. Brasiliense 1 a 0.

Ferrugem comemora o primeiro gol do Brasiliense.

Mesmo sem um domínio claro, o time da casa chegou ao segundo gol ainda aos 10 minutos. Edinho matou no peito e acertou um chutaço, sem chances de defesa. Jacaré 2 a 0.

O time da casa era mais perigoso no ataque, embora não exercesse um domínio tão absoluto quanto uma vantagem de dois gols em dez minutos possa fazer supor. O Ipatinga também chegava ao ataque, e por vezes levou perigo ao gol do Jacaré.

Ipatinga no ataque.

E o clube mineiro ainda diminuiu a diferença antes do intervalo, aos 37 minutos. Cicinho pôs a mão na bola dentro da área, e o árbitro marcou pênalti. Na cobrança, Guto chegou a tocar na bola, mas o chute de Frontini foi morrer nas redes. Jacaré 2 a 1, esperança renovada para o Ipatinga.

Nesse lance, Cicinho tocou na bola. A arbitragem marcaria pênalti.


Na cobrança da penalidade, o Ipatinga diminui.

Algumas ocasiões de gol ainda aconteceram na etapa inicial. Mas o placar final do primeiro tempo foi mesmo de 2 a 1 para o Brasiliense. Jogo bom, aberto, movimentado e que foi para o intervalo completamente indefinido.

Jogador do Ipatinga tenta sair da marcação.

Depois do descanso regulamentar, veio o segundo tempo, e o Ipatinga foi para a pressão. Mas o domínio mineiro não durou muito. Logo o Jacaré equilibrou o jogo, e passou a criar as melhores chances. E a situação do Ipatinga ficou mais complicada aos 19 minutos. Pedrão fez falta dura e, como já tinha cartão amarelo, acabou expulso. O Brasiliense, a essa altura, já era melhor no jogo. E, pouco depois, o Ipatinga ainda teve expulso Bosco, que estava no banco de reservas, por ofensa ao árbitro. Ofensa que teria sido proferida, na verdade, pelo goleiro reserva.

Ataque do Brasiliense, já na segunda etapa.

E o Brasiliense acabou aumentando a vantagem com Elivelto, que fez 3 a 1. Logo em seguida, Everton, na tentativa de dar a saída rapidamente, acabou agredindo o próprio Elivelto. A partir daí, começou confusão generalizada, o policiamente teve que intervir, e acabaram expulsos, além do próprio Everton, os jogadores Cláudio Luiz, do Ipatinga, e Bachin, do Brasiliense. O Ipatinga ficava com oito jogadores; o Brasiliense, com dez.

Agora é o Ipatinga que chega.

Com o Ipatinga entregue, o Brasiliense ainda marcou mais um. Novamente Elivelto balançou as redes, aos 48 minutos, após rebote do goleiro. E o árbitro, apesar das paralisações, agiu com bom senso e encerrou a partida logo em seguida, para evitar maiores confusões. Final: Brasiliense 4x1 Ipatinga.

A vitória não diminuiu o tamanho do vexame do Brasiliense na competição. O clube candango amargará novamente a Série C em 2012, e, na melhor das hipóteses, só retornará à elite em 2014. O Ipatinga, por sua vez, mesmo fora da final - o Joinville conquistou a vaga do grupo -, estará de volta à Série B na próxima temporada - veredicto esse que já tinha sido definido mesmo antes de a bola rolar.

Fim de jogo, mas a semana estava apenas começando. Hora de tomar o caminho de casa, e me preparar para a terça-feira.

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